Sobre

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Os materiais apresentados neste arquivo online, MAR-VILA, foram recolhidos e criados no âmbito dos projectos DESENHAR REDES e CONSTRUIR REDES, desenvolvidos entre 2014 e 2016, pela XEREM Associação Cultural, sobre a cordenação e produção artística do HANGAR e do ATELIERMOB  , em parceria com entidades locais como o Ateneu da Madredeus, o Colégio Camilo Castelo Branco, a Sociedade 3 d’Agosto e com o apoio dos moradores da Rua de Marvila. Este projecto obteve financiamento pelo programa Bip/Zip – Parcerias Locais da Câmara Municipal de Lisboa

A temática central do projecto partiu pela sensibilização da população residente para as problemáticas do espaço público e da gentrificação, a que aquele território está a ser sujeito.

Convocou-se a população para a participação activa. Pedindo-lhes que pensassem o que queriam para o futuro do bairro/rua, de acordo com as suas necessidades e interesses. Privilegiou-se as formas de acção colectiva e experiências de carácter público. Como resposta à principal questão levantada nas reuniões de bairro, o ateliermob desenvolveu o projecto de parque intergeracional num terreno municipal que era alvo de despejos e acumulação de entulhos. O projecto foi construído no decorrer do ano de 2015 pelo colectivo warehouse.

Como forma de sensibilizar as crianças e jovens, concebemos um programa educativo de criação artística, sensibilizando para a importância do espaço público e do meio envolvente enquanto eixos de construção identitária colectiva e individual. Foram também organizados passeios fotográficos que contaram com a participação de residentes e outros, como forma de dar a conhecer melhor o território e combater a sua estigmatização.

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O território agora chamado de Marvila Velha, ou Marvila Antiga, era originalmente ocupado por quintas senhoriais dedicadas à exploração agrícola, onde trabalhava uma população oriunda de diversas zonas do país que aqui encontrava sustento.

No séc. XIX instalam-se aqui fábricas e bairros de operários, tornando-se numa zona de intensa actividade. A freguesia de Marvila é ainda hoje descrita como um “cemitério de fábricas”, espelhando a realidade industrial do séc. XIX. O território é caracterizado por um edificado de traça antiga, em ruínas ou em estado avançado de degradação.

O edificado de Marvila Velha, dos palacetes aos bairros de operários, é testemunho das grandes mudanças sócio-económicas desta zona oriental da cidade. Marvila Velha tem uma população residente maioritariamente envelhecida, isolada, com pouca formação e baixos rendimentos. De acordo com os Censos de 2011, toda a freguesia está a perder população. O isolamento do território é agravado pelos baldios, edificado em ruínas e linhas de comboio que o circundam e atravessam.

Centrando-nos na Rua de Marvila, a situação de isolamento agrava-se pela diferença de cotas altimétricas, que a afastam dos territórios na sua envolvente. A progressiva escassez de transportes públicos (agravada com a retirada de uma das duas carreiras que chegavam ao local), a degradação e até inexistência de pavimentos pedonais, as condições dos arruamentos e a inutilização de espaços expectantes ao longo da rua são sinais do estado de abandono do contexto urbano, conferindo à sua população um sentimento de isolamento e esquecimento.

O território é circundado por terrenos baldios e edificado em ruínas, contribuindo para o seu isolamento e para uma má imagem do bairro.
No entanto, dada a relativa proximidade ao Parque das Nações e a existência de amplas extensões de terreno baldio e edificado em ruínas, é uma zona propensa à especulação imobiliária, alheia aos interesses e necessidades da população residente.

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